Um novo papel para o Bitcoin na política monetária global
Em 2025, o Bitcoin ultrapassa as fronteiras da adoção individual. Ele passa a ocupar um lugar nos cofres de bancos centrais.
Governos enxergam o ativo como alternativa estratégica diante da instabilidade financeira mundial.

Nesse contexto, a decisão dos Estados Unidos de criar uma Reserva Estratégica de Bitcoin inaugurou uma nova fase.
Essa medida incentivou outras nações a incluírem o BTC em suas reservas oficiais.
Estados Unidos lideram o movimento institucional pelo Bitcoin
Em março, o presidente Donald Trump assinou uma ordem executiva criando a Strategic Bitcoin Reserve (SBR).
Essa reserva abriga bitcoins confiscados em operações judiciais e passa a ser gerida pelo Departamento do Tesouro.
Além disso, o governo estabeleceu diretrizes para adquirir mais BTC de forma neutra para o orçamento público.
Com isso, os EUA buscam proteger sua economia contra instabilidades globais e garantir uma vantagem competitiva na nova ordem financeira.
República Tcheca e Brasil seguem a tendência
O presidente do Banco Central da República Tcheca, Aleš Michl, propôs alocar até 5% das reservas do país em Bitcoin.
A justificativa envolve diversificação e proteção contra crises cambiais.
Enquanto isso, o Brasil discute o Projeto de Lei 4501/24.
A proposta visa criar a Reserva Estratégica Soberana de Bitcoins (RESBit), permitindo ao governo adquirir BTC para compor suas reservas internacionais.
Esse movimento marca uma mudança de postura. Antes hostis ou indiferentes, os governos agora buscam se posicionar na vanguarda da economia digital.
Outros países já experimentam o Bitcoin soberano
El Salvador foi o primeiro a reconhecer o Bitcoin como moeda legal em 2021.
Desde então, vem acumulando BTC para uso institucional, promovendo o ativo como símbolo de soberania monetária.
O Butão também avança com políticas de mineração e armazenamento estratégico de Bitcoin.
Essas ações integram uma estratégia maior de desenvolvimento tecnológico e financeiro.
Além disso, o Irã utiliza Bitcoin como alternativa em meio a sanções econômicas.
O país canaliza parte de sua produção energética excedente para mineração, convertendo eletricidade em reservas digitais.
Desafios para os bancos centrais que desejam aderir ao Bitcoin
Apesar do entusiasmo crescente, a adoção do BTC pelos bancos centrais ainda enfrenta barreiras.
A volatilidade do ativo levanta dúvidas sobre sua eficácia como reserva estável.
Outro ponto delicado envolve a regulamentação. Muitos países ainda não definiram regras claras para aquisição, custódia e transparência de ativos digitais em suas tesourarias.
Além disso, há resistência interna por parte de setores conservadores do sistema financeiro.
No entanto, com a maturação do mercado e a pressão de concorrência internacional, os obstáculos tendem a se reduzir.
Conclusão: o Bitcoin assume papel de ouro digital estatal
A criação de reservas estratégicas de Bitcoin reflete uma nova abordagem sobre soberania monetária.
Os bancos centrais buscam alternativas diante da erosão de confiança nas moedas fiduciárias.
Por fim, o Bitcoin deixa de ser apenas uma reserva pessoal. Ele se transforma em ativo de proteção estatal contra instabilidades cambiais, inflação e crises geopolíticas.
Aos poucos, o ativo mais descentralizado do mundo começa a habitar o coração dos sistemas financeiros mais centralizados.