A Lomond School, uma das mais tradicionais escolas privadas da Escócia, decidiu romper com padrões convencionais. A partir do segundo semestre de 2025, a instituição permitirá que pais e responsáveis paguem a mensalidade escolar em Bitcoin.

Essa decisão não apenas representa um avanço tecnológico, mas também marca um reposicionamento educacional. Enquanto outras instituições ainda discutem a utilidade do Bitcoin, a Lomond School já o aceita como meio legítimo de troca e o incorpora como tema em sua proposta pedagógica.
A escola está localizada em Helensburgh, nas margens do estuário de Clyde. Tradicionalmente, ela é conhecida por seu alto nível de ensino e forte presença de alunos internacionais. Portanto, a iniciativa também visa facilitar pagamentos transfronteiriços, reduzindo a burocracia e as altas taxas bancárias.
Bitcoin e mensalidade escolar: mais que inovação, é adaptação
Segundo Claire Chisholm, diretora da Lomond School, o objetivo da nova política é oferecer aos pais mais liberdade e conveniência. De acordo com ela, muitos responsáveis possuem Bitcoin e, por isso, já demonstravam interesse em utilizá-lo para quitar mensalidades.
Além disso, a escola buscava formas de alinhar sua estrutura de pagamentos com a realidade tecnológica de um mundo em transformação. Por isso, a decisão de aceitar Bitcoin não foi apenas estratégica, mas também simbólica.
Importante destacar que todos os pagamentos realizados em Bitcoin serão imediatamente convertidos em libras esterlinas. Essa medida visa proteger a escola da volatilidade do ativo, mantendo a previsibilidade financeira da instituição.
Por outro lado, os pais que escolherem essa forma de pagamento terão à disposição um processo simples, direto e transparente. A escola firmou parceria com um processador de pagamentos especializado, garantindo segurança e confiabilidade nas transações.
Educação e Bitcoin: parceria inédita com Saifedean Ammous
Além da aceitação do Bitcoin como meio de pagamento, a Lomond School deu um passo ainda mais ousado: introduziu um novo módulo curricular baseado em economia austríaca e fundamentos do Bitcoin.
Para isso, firmou parceria com ninguém menos que Saifedean Ammous, autor do aclamado livro The Bitcoin Standard. O objetivo dessa colaboração é oferecer aos alunos uma formação moderna e crítica, capaz de prepará-los para os desafios de uma economia cada vez mais digital e descentralizada.
Segundo a escola, o conteúdo será integrado às disciplinas de ciências sociais e finanças. Assim, os alunos aprenderão sobre escassez monetária, inflação, políticas estatais e como o Bitcoin pode se posicionar como uma alternativa real no cenário econômico global.
Dessa forma, Lomond não apenas atualiza seu currículo, mas também cumpre seu papel de formar cidadãos preparados para o futuro. E isso, convenhamos, é mais valioso do que qualquer pagamento em fiat.
O exemplo escocês pode virar tendência?
Embora o Reino Unido ainda esteja longe de ter uma política nacional clara sobre o uso de Bitcoin, a decisão da Lomond School abre um precedente importante. Afinal, quando uma instituição centenária e respeitada toma uma decisão desse porte, outras tendem a observar e seguir o exemplo.
Além disso, vale lembrar que países como El Salvador já adotam o Bitcoin como moeda de curso legal. Portanto, aceitar BTC em ambientes educacionais pode ser apenas uma questão de tempo, não de “se”.
O que a Lomond School nos mostra é que não basta falar sobre inovação. É preciso praticá-la. Ao aceitar Bitcoin para mensalidade escolar, a escola demonstra não apenas modernidade, mas também coragem institucional. E isso, em tempos de conformismo digital, é digno de aplausos.