ETFs de Bitcoin registram terceira maior saída semanal de 2025 com US$ 713 milhões em resgates

ETFs de Bitcoin registram terceira maior saída semanal de 2025 com US$ 713 milhões resgatados por investidores diante de incertezas e realocação tática.

A maré institucional voltou a virar. Na semana encerrada em 11 de abril de 2025, os ETFs de Bitcoin registraram saídas líquidas de US$ 713,3 milhões, de acordo com dados da Binance Square. Essa foi a terceira maior retirada semanal do ano, um indicativo de que o humor dos grandes investidores está mudando — ou, no mínimo, ficando mais cauteloso.

ETFs de Bitcoin registram terceira maior saída semanal de 2025 com US$ 713 milhões em resgates

Esses resgates ocorrem justamente em um momento de tensão entre mercados tradicionais e o universo de ativos escassos, como o Bitcoin. Portanto, é natural que o movimento chame atenção de analistas e do próprio mercado.


Os ETFs líderes também lideraram as saídas

A maior parte do capital retirado veio dos três principais fundos de investimento em Bitcoin listados nos Estados Unidos. Veja os números:

  • BlackRock’s iShares Bitcoin Trust (IBIT): US$ 343 milhões
  • Grayscale Bitcoin Trust (GBTC): US$ 161 milhões
  • Fidelity Wise Origin Bitcoin Fund (FBTC): US$ 74,6 milhões

Esses dados, além de alarmantes, revelam que até mesmo os veículos mais robustos e consolidados podem ser afetados por oscilações macroeconômicas. Em comparação com semanas anteriores, o aumento nos resgates demonstra que muitos gestores estão ajustando suas estratégias — ao menos no curto prazo.


Por que os investidores estão retirando capital dos ETFs?

Vários fatores contribuem para esse movimento de saída. Em primeiro lugar, o aumento da volatilidade no preço do Bitcoin faz com que alguns investidores optem por realizar lucros acumulados desde o início do ano.

Além disso, incertezas regulatórias persistem nos Estados Unidos e em outras jurisdições relevantes. Isso cria um ambiente de insegurança jurídica que desestimula o capital institucional a permanecer exposto por muito tempo.

Outro ponto importante está relacionado às condições macroeconômicas globais. A recente alta nos juros básicos, promovida por bancos centrais, torna alguns ativos de renda fixa mais atrativos. Consequentemente, investidores migraram parte de seus recursos para produtos considerados mais “seguros”.

Portanto, o cenário que se desenha não é de aversão ao Bitcoin, mas de realocação tática frente ao risco. Em outras palavras: não é um abandono, é um ajuste.


O que esperar das próximas semanas?

Apesar do volume significativo de saídas, o interesse institucional no Bitcoin continua forte, especialmente como reserva de valor de longo prazo. Muitos analistas acreditam que esse movimento seja cíclico e não representa uma inversão definitiva de tendência.

Por outro lado, há um fator que pode reacender o otimismo no curto prazo: a chegada do halving, previsto para as próximas semanas. Historicamente, o evento gera impacto no preço e na narrativa de escassez do Bitcoin, o que tende a reacender o apetite dos fundos.

Além disso, alguns gestores estão aproveitando o momento de retração para aumentar discretamente suas posições, comprando com desconto.


Conclusão: ajuste tático ou sinal de alerta?

As saídas semanais de US$ 713 milhões dos ETFs de Bitcoin são relevantes, mas não catastróficas. O mercado passa por ajustes naturais, impulsionados por contexto macroeconômico e mudanças temporárias de estratégia.

Entretanto, esse movimento serve como lembrete: o dinheiro institucional vem, mas também vai, e a força da rede Bitcoin segue firme com ou sem aprovação dos grandes fundos.

Se os ETFs saem, talvez seja a hora do varejo entrar — com cautela, mas com convicção.

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