Ouro dispara como refúgio tradicional
Em 2025, o ouro se consolidou novamente como principal ativo de proteção. Com uma valorização acumulada de 28% no ano, o metal precioso atingiu US$ 3.506 por onça. Esse movimento refletiu o aumento da aversão ao risco nos mercados globais.

Além disso, tensões comerciais, inflação persistente e instabilidade política nos Estados Unidos contribuíram para impulsionar a demanda por ouro. Analistas projetam que o metal poderá alcançar US$ 3.700 até o fim de 2025 e até US$ 5.000 em 2026.
Portanto, o ouro segue como um refúgio tradicional nos momentos de instabilidade global.
Bitcoin enfrenta novo tipo de correlação
Enquanto o ouro brilha, o Bitcoin apresenta uma trajetória diferente. Após atingir a máxima histórica de US$ 108.000, o ativo recuou para US$ 88.000. Assim, acumula queda de 6% no ano, mesmo com a desvalorização de 9% do Índice do Dólar Americano (DXY).

Historicamente, o Bitcoin se beneficiava da fraqueza do dólar. No entanto, em 2025, isso parece ter mudado.
Segundo analistas da MiTrade, o Bitcoin agora mostra correlação com ativos de risco, como ações de tecnologia. Em vez de atuar como porto seguro, ele acompanha os ciclos dos mercados tradicionais.
Portanto, o comportamento da criptomoeda levanta dúvidas sobre sua capacidade de atuar como “ouro digital”.
O que o desacoplamento entre Bitcoin e ouro significa?
O desacoplamento entre o Bitcoin e o ouro reflete uma mudança de percepção do mercado. Por um lado, o ouro continua sendo procurado como proteção em tempos de incerteza. Por outro lado, o Bitcoin passa a ser tratado mais como um ativo especulativo.
Além disso, o BTC enfrenta desafios adicionais, como o aumento da regulamentação, incertezas sobre o consumo energético da mineração e a concorrência de moedas digitais estatais.
Consequentemente, os investidores estão repensando a função do Bitcoin dentro de portfólios de longo prazo. Enquanto o ouro permanece estável, o BTC oscila conforme as decisões de bancos centrais e o sentimento dos investidores institucionais.
O que esperar para o futuro do Bitcoin como reserva de valor?
Apesar dos desafios, o Bitcoin ainda possui características únicas. Sua escassez programada, a resistência à censura e a natureza descentralizada continuam sendo fatores atrativos para investidores de longo prazo.
Além disso, a crescente institucionalização do mercado pode reduzir a volatilidade com o passar do tempo. Produtos como ETFs, contratos futuros e custódia regulamentada aumentam a confiança e o acesso a esse tipo de investimento.
Portanto, mesmo com o atual desacoplamento, é possível que o Bitcoin retome sua trajetória como reserva de valor no médio prazo. A adoção por estados-nação, como El Salvador e Butão, reforça essa perspectiva.
Contudo, é preciso cautela. O Bitcoin ainda precisa comprovar que pode sustentar sua narrativa de porto seguro, especialmente diante de um cenário global tão volátil.