Na última semana, os fundos de ativos digitais registraram saídas líquidas globais de US$ 795 milhões. Esse resultado marca a terceira semana consecutiva de perdas.

Desde fevereiro, as retiradas somam US$ 7,2 bilhões, o que praticamente anulou os ganhos do ano. No entanto, o Brasil seguiu na contramão dessa tendência.
Enquanto o mundo retirava capital, o Brasil investiu. Os aportes líquidos totalizaram US$ 200 mil (cerca de R$ 1,2 milhão), mostrando resiliência no mercado nacional.
Contraste global com cenário brasileiro
Enquanto os Estados Unidos lideraram as saídas com US$ 763 milhões, países como Suíça, Hong Kong, Suécia e Alemanha também apresentaram números negativos.
Em contrapartida, Brasil, Canadá e Austrália registraram entradas líquidas. Esses países mantiveram certo otimismo em relação aos ativos digitais.
Além disso, o movimento de entradas em alguns mercados emergentes sugere uma leitura diferente sobre o papel do Bitcoin em tempos de instabilidade.
Saldo acumulado reforça posição brasileira
Apesar da volatilidade, o Brasil mantém um saldo positivo em 2025. Desde o início do ano, os fundos baseados em criptomoedas já receberam US$ 73 milhões em aportes.
Com esse desempenho, o país ocupa a sexta posição global em ativos sob gestão (AuM). O total gerido por fundos brasileiros já soma US$ 1,18 bilhão.
Portanto, o Brasil se consolida como um dos protagonistas do setor na América Latina. Ao contrário da média global, os investidores locais mantêm o interesse em exposição ao Bitcoin.
Contexto interno favorece o Bitcoin
Diversos fatores internos ajudam a explicar esse comportamento. O cenário macroeconômico brasileiro inclui juros elevados, instabilidade cambial e dúvidas sobre o crescimento econômico.
Diante disso, o Bitcoin se destaca como alternativa de proteção e diversificação. Para muitos investidores, o ativo digital funciona como um hedge contra riscos sistêmicos.
Além disso, a melhora da regulação brasileira sobre criptoativos também contribui para aumentar a confiança no mercado. Propostas legislativas e avanços da CVM têm trazido mais clareza.
Perspectivas para o segundo semestre
Especialistas preveem que o Brasil continuará expandindo sua presença no mercado de fundos cripto. Com a chegada de novos produtos e ETFs, o cenário tende a se fortalecer.
Além disso, o amadurecimento institucional da indústria local pode atrair mais aportes internacionais. O país já começa a ser visto como um porto seguro dentro da América Latina.
Portanto, mesmo diante de retrações globais, o Brasil deve manter sua trajetória de crescimento no setor de investimentos em Bitcoin.