O Bitcoin deixou de ser um investimento de nicho e, agora, passa a ocupar uma posição relevante nas estratégias de preservação de valor dos brasileiros. Uma pesquisa divulgada em março de 2025 mostra que o ativo digital já supera o real como escolha de reserva patrimonial para milhões de pessoas no país.

Adoção em ritmo acelerado
De acordo com o estudo realizado pelo Datafolha em parceria com a Paradigma Education, 16% dos brasileiros com mais de 16 anos já investiram em Bitcoin ou ativos semelhantes. Isso representa aproximadamente 25 milhões de pessoas.
Portanto, o Bitcoin já está à frente de opções tradicionais como o dólar (14%), títulos públicos e privados (12%), ouro (8%) e ações (7%).
Poupança ainda lidera, mas o Bitcoin ganha espaço
Embora a caderneta de poupança continue como a aplicação mais popular, com 52% dos brasileiros afirmando investir ou já terem investido nela, a posição do Bitcoin é cada vez mais relevante.
Além disso, ele já supera os fundos de investimento (19%) e aparece como a escolha emergente entre os mais jovens. Consequentemente, cresce a percepção do BTC como alternativa à poupança e aos modelos financeiros tradicionais.
Perfil dos investidores revela nova mentalidade financeira
Segundo dados da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), os criptoativos podem representar até 35% do portfólio de investidores com perfil arrojado. Esse dado faz parte do relatório “Perfil e Comportamento dos Investidores” divulgado pela autarquia.
Por esse motivo, o Bitcoin deixa de ser apenas um ativo de risco e passa a integrar estratégias estruturadas de proteção patrimonial.
Além disso, muitos brasileiros já enxergam o Bitcoin como uma poupança digital. Isso indica uma mudança cultural sobre o que é considerado “seguro” em tempos de inflação e instabilidade cambial.
Conhecimento técnico ainda é um obstáculo
Apesar da rápida adoção, o conhecimento técnico sobre o Bitcoin ainda é limitado. Cerca de 30% dos entrevistados acreditam que criptoativos são mais parecidos com poupança do que com ouro.
Enquanto isso, entre os que já ouviram falar de Satoshi Nakamoto, dois terços não sabem citar nenhuma outra moeda digital. Isso evidencia um grande espaço para iniciativas de educação financeira no país.
O que explica a preferência pelo Bitcoin?
Em primeiro lugar, a perda de poder de compra do real é um dos fatores que impulsionam a busca por ativos mais escassos e resistentes à inflação. Além disso, a praticidade do Bitcoin — com acesso via apps e plataformas digitais — facilita sua adoção.
Portanto, o BTC não está atraindo apenas investidores experientes, mas também brasileiros comuns, que desejam preservar seu dinheiro sem depender de bancos ou do governo.
Conclusão: o Bitcoin se consolida como reserva de valor no Brasil
A preferência dos brasileiros pelo Bitcoin como reserva de valor reflete mudanças profundas nas relações com o dinheiro e com o sistema financeiro. Se antes investir em Bitcoin era sinal de ousadia, agora é uma estratégia de defesa.
Além disso, a confiança nos bancos e no Estado está em declínio, e o BTC oferece uma alternativa que une autonomia, liquidez e escassez programada.
Consequentemente, o Brasil caminha para se tornar uma das maiores potências em adoção de Bitcoin — não por modismo, mas por necessidade.