O Bitcoin como vetor de inovação ambiental
Em meio às discussões globais sobre os impactos ambientais da mineração de Bitcoin, o Butão emerge como um exemplo de sustentabilidade.
Utilizando 100% de energia hidrelétrica limpa, o pequeno país asiático transforma seus recursos naturais em uma estratégia econômica ousada e inovadora.

Além disso, o Butão mostra que é possível alinhar desenvolvimento tecnológico com preservação ambiental de forma exemplar.
Energia limpa impulsionando a economia digital do Butão
Desde 2019, o fundo soberano Druk Holding and Investments (DHI), controlado pelo governo do Butão, iniciou investimentos em mineração de Bitcoin.
Graças à sua abundante energia hidrelétrica, o país conseguiu minerar o ativo com pegada de carbono praticamente nula.
Consequentemente, o modelo atraiu atenção internacional.
Segundo dados do próprio governo, a atividade gerou mais de US$ 600 milhões em receitas — montante suficiente para cobrir dois anos de salários do funcionalismo público.
Além disso, o país planeja expandir sua capacidade energética para 15 gigawatts até o fim da década.
Esse aumento permitirá a ampliação das operações de mineração e o oferecimento de serviços a outras nações que buscam operações com selo ESG.
Bitcoin contra o êxodo de jovens: a nova força de trabalho digital
Nos últimos anos, o Butão sofreu com a perda de jovens para outros países.
A taxa de desemprego juvenil ultrapassou 16,5% em 2024, gerando um desafio interno para o governo.
Entretanto, a mineração verde de Bitcoin se tornou parte da solução.
O governo desenvolveu programas de capacitação em blockchain e inteligência artificial, com o objetivo de transformar a juventude local em força de trabalho digital.
Por isso, jovens que antes deixariam o país agora encontram oportunidades em casa.
Esse novo cenário não apenas combate a evasão, mas também posiciona o Butão como hub tecnológico sustentável no sul da Ásia.
Gelephu: uma cidade laboratório para o futuro do Bitcoin verde
O governo butanês lançou o projeto Gelephu Mindfulness City (GMC), com a proposta de criar uma região administrativa especial dedicada à inovação verde.
Nesse contexto, a nova cidade terá foco em energias limpas, bem-estar espiritual e tecnologias como blockchain, inteligência artificial e mineração de Bitcoin.
Com infraestrutura sustentável e incentivos fiscais, Gelephu pretende atrair investidores internacionais e startups que compartilham dos mesmos valores.
Além disso, a cidade funcionará como um polo de pesquisa e desenvolvimento para soluções digitais de baixo impacto ambiental.
(Wikipedia)
Um modelo sustentável e replicável para o mundo
Enquanto grandes potências ainda debatem a regulamentação da mineração de Bitcoin, o Butão já colhe os frutos de uma política que une tecnologia e natureza.
Com planejamento estratégico e uso responsável de recursos, o país mostra que é possível construir uma economia digital sem destruir o meio ambiente.
Portanto, o caso do Butão deve servir de inspiração para outras nações, sobretudo aquelas com abundância de fontes renováveis e desejo de protagonismo no mercado digital.