O Bitcoin segue consolidado acima dos US$ 60 mil, mas um fator externo começa a chamar a atenção dos analistas: a expansão global da liquidez monetária. De acordo com um relatório publicado pela Bitcoin Magazine, a alta correlação entre o crescimento da base monetária mundial (M2) e o preço do Bitcoin indica que o ativo digital pode atingir novos recordes nos próximos meses.

Esse movimento ocorre enquanto bancos centrais, especialmente o Federal Reserve, voltam a injetar liquidez nos mercados por meio de políticas monetárias mais acomodatícias. Isso, por sua vez, favorece ativos escassos como o BTC, que não podem ser inflacionados à vontade.
Portanto, a tese é clara: quanto mais dinheiro é impresso, mais o Bitcoin se valoriza.
O que é a liquidez global e como ela afeta o preço do Bitcoin?
Liquidez global se refere à quantidade total de dinheiro em circulação nos sistemas financeiros mundiais. Essa métrica, representada pela base monetária M2, inclui o dinheiro em espécie, depósitos à vista e instrumentos de curto prazo disponíveis para consumo e investimento.
Historicamente, há uma correlação direta entre o crescimento da liquidez e a valorização de ativos escassos — como ouro, imóveis e, mais recentemente, o Bitcoin. Quando os bancos centrais aumentam a oferta de dinheiro, os investidores buscam proteção contra a perda de poder de compra.
O Bitcoin, com sua emissão limitada a 21 milhões de unidades, se beneficia diretamente desse excesso de liquidez. Por isso, muitos o consideram uma espécie de “termômetro monetário global”.
Dados recentes confirmam a tendência de alta
O relatório da Bitcoin Magazine mostrou que, em 2025, a liquidez global já cresceu 5,8%, com destaque para o Japão, a China e a zona do euro. Esse crescimento foi impulsionado por estímulos fiscais, redução de juros e pacotes emergenciais voltados para setores estratégicos.
Além disso, há um delay médio de 60 dias entre a expansão da liquidez e o impacto direto no preço do Bitcoin. Esse atraso ocorre porque os efeitos do excesso de dinheiro primeiro afetam o mercado de ações e, posteriormente, migram para ativos alternativos como o BTC.
Portanto, se a tendência se mantiver, é provável que o Bitcoin rompa sua máxima histórica anterior (cerca de US$ 69 mil) ainda neste semestre.
Por que o Bitcoin responde mais forte do que outros ativos?
Ao contrário de imóveis ou ações, o Bitcoin é negociado 24/7, possui alta liquidez e não depende de resultados operacionais ou fundamentos corporativos. Isso faz com que ele reaja mais rapidamente a mudanças macroeconômicas, especialmente na política monetária.
Além disso, o BTC é o único ativo digital verdadeiramente escasso, descentralizado e global. Enquanto outros ativos sofrem interferência estatal, o Bitcoin opera fora do alcance de bancos centrais e governos, o que o torna especialmente sensível à expansão da base monetária fiduciária.
Consequentemente, quando o dólar, o euro ou o iene se desvalorizam, o Bitcoin tende a se valorizar em relação a essas moedas.
E o halving, entra nessa conta?
Sim. O halving de 2024 reduziu pela metade a recompensa paga aos mineradores, cortando a emissão diária de novos bitcoins de 900 para 450. Isso significa menos oferta disponível no mercado, em um momento em que a liquidez global está em expansão.
A equação é simples:
- Oferta menor;
- Demanda estável ou crescente;
- Mais dinheiro circulando no mundo.
O resultado natural é pressão de alta no preço. Portanto, a combinação entre halving e expansão monetária cria um ambiente ideal para a valorização do Bitcoin.
Conclusão: a inflação dos bancos centrais alimenta a valorização do Bitcoin
A análise da liquidez global mostra que o Bitcoin não precisa de campanhas de marketing para subir. Ele apenas precisa que os bancos centrais continuem fazendo o que sempre fizeram: imprimir dinheiro em momentos de crise.
Enquanto isso, quem entende o jogo acumula. Quem espera “sinais de estabilidade” perde o movimento.
Por isso, quando a liquidez aumenta, o BTC reage. E se os dados continuarem nesta direção, o próximo recorde histórico pode estar mais próximo do que o mercado imagina.