Banco Central Europeu mantém resistência ao Bitcoin como ativo de reserva

Banco Central Europeu mantém resistência ao Bitcoin como ativo de reserva, apesar de crescente apoio entre países da União Europeia.

O Banco Central Europeu (BCE) segue resistindo à ideia de adotar o Bitcoin como ativo de reserva. Em janeiro de 2025, Christine Lagarde, presidente da instituição, afirmou que o BTC não atenderia aos critérios exigidos de liquidez, segurança e estabilidade.

Banco Central Europeu mantém resistência ao Bitcoin como ativo de reserva

Segundo ela, as reservas dos bancos centrais da zona do euro devem ser compostas por ativos considerados altamente confiáveis. Para o BCE, o Bitcoin ainda não oferece essa confiabilidade.


Divergência entre países da União Europeia

Apesar da posição do BCE, alguns países da União Europeia já demonstram interesse em incluir o Bitcoin em suas estratégias. Um dos casos mais emblemáticos é o da República Tcheca. O Banco Central do país revelou que avalia alocar até 5% de suas reservas em Bitcoin.

Essa proposta tem como objetivo diversificar os ativos e proteger a reserva nacional contra a instabilidade de moedas tradicionais, como o euro e o dólar. O movimento tcheco mostra que a Europa não é unânime na resistência ao ativo digital.


Estudos internos já reconheceram vantagens

Embora a postura atual do BCE seja conservadora, documentos internos da instituição já apontaram o potencial do Bitcoin. Estudos divulgados em 2023, por exemplo, sugeriram que o BTC poderia funcionar como reserva de valor em países com moedas frágeis.

Nessas regiões, onde o poder de compra da moeda nacional sofre com hiperinflação, o Bitcoin apresenta desempenho superior a outras reservas. Isso o torna uma possível alternativa em contextos emergenciais.

Ainda assim, o BCE argumenta que, para uso oficial em reservas da zona do euro, é necessário garantir um histórico de estabilidade e ampla aceitação institucional.


Argumentos contra e a favor

A principal crítica do BCE continua sendo a volatilidade. Para os europeus, um ativo que oscila mais de 10% em uma única semana não pode compor uma reserva soberana.

Além disso, há preocupações relacionadas ao uso ilícito do Bitcoin, mesmo que o volume de transações criminosas em moedas fiduciárias continue muito superior.

Por outro lado, analistas econômicos argumentam que o BTC já se consolidou como uma reserva de valor global. Sua escassez programada, descentralização e resistência à censura o tornam atrativo, especialmente frente à crescente inflação das moedas estatais.


Uma Europa dividida sobre o Bitcoin

A discussão sobre o uso do Bitcoin como reserva revela uma Europa dividida entre tradição e inovação. O BCE representa a ala institucional, focada em estabilidade e controle.

Já os bancos centrais nacionais, como o da República Tcheca, buscam maior independência financeira e abertura a novas tecnologias. Essa tensão reflete um dilema global: seguir apostando em moedas tradicionais ou começar a integrar alternativas descentralizadas.


Conclusão: resistência institucional, mas avanço regional

O Banco Central Europeu não parece disposto a mudar sua postura no curto prazo. No entanto, a movimentação de alguns de seus membros sinaliza que o debate está longe de acabar.

À medida que mais países experimentam o Bitcoin como ativo de reserva, o BCE pode ser pressionado a reavaliar sua posição. E, assim como aconteceu com os ETFs nos EUA, o que hoje parece impossível pode se tornar inevitável.

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